31 janeiro 2011

quadro um

a morte numa margem
& eu do outro lado à
margem de mim mesmo;

no meio um rio veloz

sobre rios, mares, ribeirões e cachoeiras


proponho à humanidade
a volta ao útero da mãe



natureza


28 janeiro 2011

tu éter


"uccise la famiglia e andò al cinema"

disse para todo planeta virtual
que não falaria com  ninguém

propriedade
privada
pública
:
o pé de
limão pulou
o muro

viajem  no trem
da velha estação

você não estava na festa
tive tempo de ver a lua
cheia aparecer

sumir entre um
natus nobiles
barato & +1

agora me
sinto -1

________piercing
em seu umbigo à

perdi a conta
de mim mesmo

salvei ocê
no drive C

;& kiss
compartilhar

algo
real

contigo
em meio

meu mel

descolo

já+jamais=já
mais jamais?

debaixo do
teu tênis

dentro da bolsa

na cicatriz

planos frustrados em processo
sonos febris de verão

tremo
motor

o

fusca desce
na banguela

a rua escura

99% de ..
. %20-%20

download

quase concluído

24 janeiro 2011

verde

hj acordei &
senti-me ver-


de


contudo
sabia q
assim q
olhasse


no espelho eu
não + estaria


como não es-
tava assim q


o fiz

23 janeiro 2011

cheguei
quando 
tudo &
todos  já 
haviam se 
dissi-
pado
menos a 
vontade 
insaciável
de achar
emoções sob as
sombras frescas 
da noite.  a lua 
cheia acima do
mercado treme-
luzia envolta por
estrelas 
mornas 
mortas
deste lado 
destilado 
destinado 
ao canto 
do pássaro
insone
apagar A
descrição
/ apagar
tudo d 1
vez? 
vi 
no céu o
plano 
dylan:
noite +
bonita &
solitária
de verão

22 janeiro 2011

sensação

de cansaço
de ter andado


em quadrados
, de palhaço


desgraçado
, de tristeza;


a vida tem q ser
+ do q 1 volta


no quarteirão
de tua casa ou


na cor-
da bamba

21 janeiro 2011

MAD (sina)

jamais construam
qualquer coisa nas
montanhas lindas
de matas virgens!


reconstruam os
ciúmes da morte


em vinho -vida


jamais beijem
estas mão frias


- estendidas ao
vazio da noite -


das moças finas
em pleno verão


ou entrem em
igrejas à tarde


para fugir das
chamas do sol

19 janeiro 2011

bom dia

empresto
-lhe meu
sono saio
às ruas
a sonhar

17 janeiro 2011

desfoque

desperta-a.
madrugada
pensa
algo para.
escrever q
esquecerá
ao acordar
no
máxi-
mo
lem-
brar
-se-a
.havia
toda
pensado
algas
no meio
do sono
p
escre-
vê-las
assim q
acordas-
se
tivesse
memória
energia p
lembrar


"não tenho força para lembrar,
para esquecer me tem sobrado"


depois
sonha
computador
ligado num 
sistema
de som
tocando
di melo
emílio
santiago
tim maia
na frente
da igreja
(corta!)
centenas de
pessoas 
focadas
(olhares
cansados
& escuros)
no escritório
da indústria
de bens de
consumo
não duráveis
.

12 janeiro 2011

visagens

tem olhos
a minha 
imagem
sou dela
seu 
espectador

olho impróprio
que vê tudo 
que imagino 
ver

imagino imagens
para o olho que vê
ver as imagens que vê

mas as imagens que o olho vê são as imagens que imagino ver?

concluo 
que só 
uma olho
que não vê
nenhuma
imagem
imaginada &
que não é
também o da
imagem vista
só um
olho nú 
& entre
pode ver o que
o olho que
vê a imagem
vê 

: passagens

11 janeiro 2011

urubu

a caveira
+ bonita
o corpo
decomposto
a ossada
na vala
coletiva
massacre
no eldorado
dos carajás,
no carandirú
no centro
financeiro
da capital
chacina na
candelária
a arcada
dentária
execuções
sumárias
mílicias
eletrochoques
nos porões
dopados da
tortura
institucional
o pau
de arara
o homem
carbonizado
herzog
o suicidado
pelo regime
militar


a fome, a fome, a fome
o lixo, o lixo, o lixo, os
carros, os carros, e os
corpos, corpos, corpos
e os porcos, porcos e os
sistemas político-eco-
nômicos, nomes, nomes


levados pelas enchentes

10 janeiro 2011

garopa

voltar tinha um preço 
mais alto do que tudo 
o que já havia juntado
maior do que havia tido
& do que conseguiria
dali para a eternidade 
justamente porque se
recusava à repetição 
maquinal da existência
estruturada no acúmulo
de papéis, assinaturas
, amores &  diplomas
demitiu-se de si mesmo
; agora cristo despregado
pode sonhar de graça
embora a carteira vazia 
sinta por vezes fome d
fruto podre do acúmulo
fedorento & ilusório das
propagandas. resta só.
identidade sem fotografia

08 janeiro 2011

baco

Bacchus, Michelangelo Merisi da Caravaggio

AI-6

"cala-boca"
diz com a
boca torta
julgas ter
moral p/ 
censurar?
não importa!
não sabe
ela mesma
se calar
a hiena
espera/ansiosa
a carniça
o poetexburguês
- cronista social
sem imaginação -
mira seus sapatos
querem
encher
-te de
culpas
ar-
rancar
o q
tens de
natural
ex-
tirpar
vc 
de 
vc
es-
peram-na
es-
tereótipo
; não
encontram
nada q os 
reflita
além do
espelho
"cala
a boca"
escuto-lhes 
dizerem en-
quanto vc 
fala com o 
vira-latas
confundem tua
inocência com
"falta de cultura"
pura tú 
és pura
cochicham
inocentes
crianças
com sono
& cigarros
no vão dos
dedos 
duros
vão para
casa antes
de dionísio
chegar
da chuva 
& do sol
"30 anos
esta noite"
querem-me bem
culpado; amar
- gurado; vi-
vo ou suicida
amanheceu
as dores
no corpo
são danças
liberdade: 
ins-
tantes 
transi-
tórios
ilusão de
passagem
destino
incerto
é certo
o criminoso
volta ao lo-
cal do crime
a noite passada
está morta & não
foi você quem 
a matou; foi eu.
a culpa é toda 
minha. desculpa

07 janeiro 2011

inconfidências

.
bh















capivaras na pampulha
quatis nas mangabeiras

















peri, jujo, pará















gritos nas ruas



































jah
....cannabis
....na
sacada &
...........james
brown
no quarteirão
..........do soul

couve, tutu
arroz & uma
cerva gelada



















cachaça, café
doce de leite,
cigarro de paia;

sonhos de mudança
num quarto de hotel















quem
sabe
feliz
2011















& um ônibus para ouro preto



















independência do brasil
do brasil & proclamação
de repúblicas estudantis

tiradentes existiu?

oh! marília de dirceu!



















oh! musa do museu!



















pif paf

vampeta
deidedo
carcaça

retratos
& tudo
o q/ não

pode ser
foto/
grafado

contrastes de
ruas barrocas
& automóveis
.........................futuristas















a luz da tarde infiltrada no quarto úmido















peri me ensina
o kapalabhati

o corpo
acalma

a mente



















a chuva cai gélida
sobre a noite preta















para amanhecer
traços guignard
& formas amilcar






















***

30 anos
amanhã