taças vazias
: espíritos
transbordantes
sobrevivemos -
carbonizados
- abraçados
à queda
do monomotor
à colisão frontal
de duas carretas
carregadas com
explosivos
ao fogo
cruzado
a nós mesmos
ao que corta
sobrevivemos
(as mãos dadas
debaixo d'agua
lábios violeta)
a queimaduras de
primeiro grau
no sexo em flor
ao coma
da paixão
da carne
do navio
ao salto ornamental
do edifício itália
(sai caminhando
tranquilamente
pela tarde)
às neuroses da religião
à picada da cascável
e ao tiro
a queima roupa
(balas
perdidas, facadas,
tortura, execuções
sumárias)
ao pau de arara
a aids, ao câncer
lingüístico
febris &
delirantes
sobrevivemos
à invasão da mente
& a todas as invasões
de privacidade
ao fim blockbuster do mundo
ao consumo
das novelas
da vida irreal
(miséria luxuosa
no país da fome)
ao amor
excessivo
a si próprio
ao amor!
ao amor!
ao amor!
ao sexo
contratual
ao matrimônio
de nossos pais
ao bulling no colégio
de freiras
à hemorragia
nasal.
de todas
manias, vícios,
psicólogos,
suicídios e
overdoses
escapamos
alguém
grita:
"escaparam
até agora"
são paulo, 21 de dezembro de 2010
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