um dia perfeito para
te seguir rarefeito
e bater o carro
a 180 km/h
num poste qualquer
voyeur
das palavras cruzadas
vestido azul semiótico
ela diz:
- as palavras não dizem nada ...
- as pessoas que dizem
será
sexta parecendo sábado
meu reflexo numa janela
te reencontro afinal
no quarto desarrumado
depois do fim do mundo
depois de cinco verões
até anoitecer em nós
na metrópole caótica
com cervejas ervas
filtradas nicotinas
livros filmes música
cafés expressos ou não
comidas em bandeijões
de universidades federais
nossos corpos lançados
ao chão e depois ao céu
livres
samba soul
free jazz
afro beat
reggae dub rap
latinismos ancestrais
meninos perdidos
que o sol acorda
enquanto morremos
para ressuscitarmos
com loucos olhos
após feijoada e caipirinha
entre os dentes na língua
na garganta um picolé
partimos com a tarde
grafites e pixações
berrando sábado nos muros
digerimos a vida (jamais ruminar!)
cinzas poluídos intoxicados
tuberculosos sem dentes
catando latinhas a 1 real o quilo
embrenhamos na floresta
nas entranhas da métropole
gravemente silenciosa (?)
até sermos as sombras
duma plateia de teatro
- conformismo confortável?
- não! ainda temos pernas!
várias pernas
então fumo-nos & subimos
o morro do querosene
e assistimos o samba
enquanto amanhecemos
5 verões mais tarde
na tribo daquela que diz que sabe quem sou eu no cú da noite
faz
engenharia musical
tem
sono polifásico
está
em transe
engoliu
cogumelos
em
rituais
é
dionísiaca
&
apolínea
ao
mesmo tempo
estômagos vagos
de gigante pressa
num dia de domingo
por jorge ben e pelo sol
todos sentados na mesma mesa com a mesma
fome conjugados num circular girador
vemos o passado deixar de existir
nos olhos brancos da mulher desmaiada
amanheceu invertido
no espelho d`água
céu azul noite estrelada
plantas paulistas
verdolengas pontiagudas
apartamentos
hippies yuppies
se confundem
no escuro
70's em 2009 a 35°C
gosto de sonhos beats na boca seca
segunda-feira augusta
um anjo de olhos azuis
cheira cocaína e beija
com sua língua de fogo
e atinge o amor em ondas
que lhe contraem
e descontraem o cérebro
ao seu lado outro anjo sorri
é bruna: a princesa de rondônia
paralelos andamos
com nossos cabelos compridos
subimos sensuais & descemos
escadas antigas de metais
automóveis dilacerados
através de metrôs condicionados
lixo laranjas cigarros barracas
ambulantes fumaça sirenes luzes de natal
prédios centros periferias centrais
centros periféricos calor muito calor
verão foucaultiniano
pré-experiências lisérgicas
em becos ácidos
a pé do braz à consololação
surgimos como fantasmas na
praça roosevelt com
sonhos de juréia
arte em chamas
aglomerações
cheiro
cheias de morte
virado paulista e dinheiro queimado
um jacaré saiu no jardim pantanal
às 19:16 minutos terça 22 de dezembro
azul aqui cinza lá no cartão postal
ap 405 bloco b "i am a warrior"
COUNT OSSIE! rolando
"i can see! i can show"
tam bo res
exú vei roselétri cosgotele jantes
minhacasagora ficanal turadarvo re
a africana a mistura a fusão a confusão
a mexicanaportuguesauruguaiargentinaparaguaia
te seguir rarefeito
e bater o carro
a 180 km/h
num poste qualquer
voyeur
das palavras cruzadas
vestido azul semiótico
ela diz:
- as palavras não dizem nada ...
- as pessoas que dizem
será
sexta parecendo sábado
meu reflexo numa janela
te reencontro afinal
no quarto desarrumado
depois do fim do mundo
depois de cinco verões
até anoitecer em nós
na metrópole caótica
com cervejas ervas
filtradas nicotinas
livros filmes música
cafés expressos ou não
comidas em bandeijões
de universidades federais
nossos corpos lançados
ao chão e depois ao céu
livres
samba soul
free jazz
afro beat
reggae dub rap
latinismos ancestrais
meninos perdidos
que o sol acorda
enquanto morremos
para ressuscitarmos
com loucos olhos
após feijoada e caipirinha
entre os dentes na língua
na garganta um picolé
partimos com a tarde
grafites e pixações
berrando sábado nos muros
digerimos a vida (jamais ruminar!)
cinzas poluídos intoxicados
tuberculosos sem dentes
catando latinhas a 1 real o quilo
embrenhamos na floresta
nas entranhas da métropole
gravemente silenciosa (?)
até sermos as sombras
duma plateia de teatro
- conformismo confortável?
- não! ainda temos pernas!
várias pernas
então fumo-nos & subimos
o morro do querosene
e assistimos o samba
enquanto amanhecemos
5 verões mais tarde
na tribo daquela que diz que sabe quem sou eu no cú da noite
faz
engenharia musical
tem
sono polifásico
está
em transe
engoliu
cogumelos
em
rituais
é
dionísiaca
&
apolínea
ao
mesmo tempo
estômagos vagos
de gigante pressa
num dia de domingo
por jorge ben e pelo sol
todos sentados na mesma mesa com a mesma
fome conjugados num circular girador
vemos o passado deixar de existir
nos olhos brancos da mulher desmaiada
amanheceu invertido
no espelho d`água
céu azul noite estrelada
plantas paulistas
verdolengas pontiagudas
apartamentos
hippies yuppies
se confundem
no escuro
70's em 2009 a 35°C
gosto de sonhos beats na boca seca
segunda-feira augusta
um anjo de olhos azuis
cheira cocaína e beija
com sua língua de fogo
e atinge o amor em ondas
que lhe contraem
e descontraem o cérebro
ao seu lado outro anjo sorri
é bruna: a princesa de rondônia
paralelos andamos
com nossos cabelos compridos
subimos sensuais & descemos
escadas antigas de metais
automóveis dilacerados
através de metrôs condicionados
lixo laranjas cigarros barracas
ambulantes fumaça sirenes luzes de natal
prédios centros periferias centrais
centros periféricos calor muito calor
verão foucaultiniano
pré-experiências lisérgicas
em becos ácidos
a pé do braz à consololação
surgimos como fantasmas na
praça roosevelt com
sonhos de juréia
arte em chamas
aglomerações
cheiro
cheias de morte
virado paulista e dinheiro queimado
um jacaré saiu no jardim pantanal
às 19:16 minutos terça 22 de dezembro
azul aqui cinza lá no cartão postal
ap 405 bloco b "i am a warrior"
COUNT OSSIE! rolando
"i can see! i can show"
tam bo res
exú vei roselétri cosgotele jantes
minhacasagora ficanal turadarvo re
a africana a mistura a fusão a confusão
a mexicanaportuguesauruguaiargentinaparaguaia
a brasileira muzamba samba
meu sonho de samba
como um bamba
como a musa samba
seu samba na cor da banda
na corda bamba do samba
da musa bamba de muzamba
restagorannabelle
esconder ou não
as marcas
que tu deixou em meus
abraços
meu sonho de samba
como um bamba
como a musa samba
seu samba na cor da banda
na corda bamba do samba
da musa bamba de muzamba
restagorannabelle
esconder ou não
as marcas
que tu deixou em meus
abraços
Um comentário:
dos que eu já li de vc, essa foi a melhor..incrível mesmo! do começo
ao fim.
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