no fundo da garrafa encontrei o pico vertiginoso da noite pulsando cores & quando acenderam as luzes vi olhos negros envoltos por fumaças desenhadas no etéreo do bar vago, olhos negros que agora podem ser verdes cinzas ou castanhos e até não serem olhos, mas naquele instante tão extremo que poderia ser outro instante, eram olhos, não sei se dois, ou um ou todos, olhos que beberam todas as horas escuras & absolutas para dentro deles no mais fundo possível da imaginação em preto & branco como 2 gatos selvagens que se arranhavam até ser possível o amor supremo debaixo da pele quente nas chamas dançarinas do inferno paradisíaco da sensualidade ardentemente febril & cortante como a paixão-furiosa-de-suas-unhas-tempestades-reluzentes-pontiagudas-facas-sedentas-por-lábios-vermelho sangue-de-gilete
27 janeiro 2010
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